O Brasil registrou 4.242.710 cirurgias eletivas entre março de 2023 e janeiro de 2024 no Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa um crescimento de 19% em comparação com o mesmo período anterior, entre março de 2022 a janeiro de 2023, quando foram realizados 3.577.096 procedimentos cirúrgicos. Os dados são do Ministério da Saúde.
Desde que assumiu a pasta, a ministra Nísia Trindade busca acelerar as filas de pacientes à espera de cirurgias, que foram represadas durante a pandemia de Covid-19. Em março do ano passado, o ministério lançou o Programa Nacional de Redução de Filas (PNRF), que repassou R$ 600 milhões aos estados para que cada um pudesse realizar os procedimentos considerados prioritários.
Do total de 4.242.710 cirurgias, 3.593.981 ocorreram fora do escopo, enquanto 648.729 foram realizadas pelo programa. A mais buscada pelos brasileiros é a cirurgia de catarata com implante de lente intraocular dobrável, com 147.363 cidadãos na fila.
“O aumento da produção demonstra o impacto positivo e a efetividade do projeto de redução de fila”, diz o Ministério da Saúde em nota enviada ao R7.
Neste ano, a Saúde dobrou o valor destinado ao programa, disponibilizando R$ 1,2 bilhão. “Esse aumento evidência a relevância da iniciativa do governo federal em enfrentar o problema crônico das filas. Os recursos são repassados aos estados e ao Distrito Federal proporcionalmente à sua população, cabendo a eles organizar o planejamento e priorizar as demandas para a realização das cirurgias, levando em consideração suas realidades específicas”, explicou a pasta.
A cirurgia com a maior fila de espera (147.363 pessoas) é de catarata com implante de lente intraocular dobrável. Na sequência, vem retirada da vesícula (53.296 pessoas) e hernioplastia inguinal unilateral (45.541 pessoas).
A lista segue com colecistectomia videolaparoscopica (40.683 pessoas), tratamento cirúrgico de varizes bilateral (36.787) e hernioplastia umbilical (36.642).
A cirurgia menos buscada na lista, que engloba 20 procedimentos específicos, é colpoperineoplastia anterior e posterior, com uma fila de 12.953 pessoas.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou seis meses da cirurgia para tratamento de uma artrose no quadril direito. O procedimento foi feito em setembro do ano passado em um hospital particular de Brasília e não teve intercorrências.
Na época, o petista foi submetido a uma anestesia geral. A intervenção era recomendada pela equipe médica, mas o petista vinha adiando a operação desde o fim do ano passado. Em diversas ocasiões, ele reclamou de dores.
Na época, Lula postou um vídeo nas redes sociais e cobrou de Nísia uma redução na fila da cirurgia de artroplastia no SUS.
“Eu também fiquei sabendo que tem uma fila no SUS de 40 mil pessoas que precisam operar o quadril. E eu vou conversar com a ministra da Saúde na perspectiva de fazer com que essa fila possa andar, porque não é possível as pessoas ficarem com dores, como eu fiquei. Eu fiquei três anos com dor”, disse o presidente.
Questionado, o ministério afirmou que foram realizadas 30.751 cirurgias do quadril na rede pública de saúde em 2023, um aumento de 10,6% sobre os procedimentos efetuados em 2022 e de 20,8% sobre 2019, último ano pré-pandemia.
“Em 2020, foram realizadas 19.783 cirurgias de quadril na rede pública de saúde, e, em 2021, 20.748. Destaca-se que existem 327 Centros de Referência e Unidades Assistenciais habilitadas para Traumato-Ortopedia de quadril em todo o país”, acrescenta o Ministério da Saúde.