O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, voltou a defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, no litoral norte do Brasil, como elemento “fundamental” para a transição energética. A região se estende entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, incluindo a Bacia da Foz do Amazonas, e tem importância estratégica “tanto sob o aspecto de novas reservas como na descarbonização das operações”, defendeu Prates na noite da última sexta-feira (15), em postagem em rede social.
“Estamos olhando para as novas energias, sem abrir mão da produção de petróleo. Vamos fazer a transição energética justa de forma gradual, responsável e crescente, buscando a diversificação. As perspectivas apontam que a Margem Equatorial será fundamental nessa transição, tanto sob o aspecto de novas reservas como na descarbonização das operações”, escreveu Prates.
O presidente da Petrobras fez um resumo na rede social sobre o Fórum Transição Justa e Segurança Energética, realizado na sexta em São Luís, no Maranhão. O evento foi promovido pela estatal em parceria com o governo maranhense e o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, “que também se reuniu na ocasião para tratar sobre as potencialidades (em) que cada estado pode contribuir no caminho da transição”.
“O evento reúne autoridades e especialistas com o objetivo de debater a transição energética responsável, além de temas relacionados à garantia do fornecimento energético, autossuficiência na produção de petróleo e gás no país e perspectivas de atuação na Margem Equatorial brasileira, com um investimento previsto de US$ 3,1 bilhões, com 14 poços para os próximos cinco anos”, publicou Prates.
Imbróglio
Em maio do ano passado, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negou pedido da Petrobras para atividade de perfuração marítima na Bacia da Foz do Rio Amazonas, sob a alegação de que a companhia não havia conseguido comprovar a proteção da diversidade biológica e a segurança de comunidades indígenas da região.
Na época, a Petrobras solicitou a reconsideração da análise. Em agosto, a AGU (Advocacia-Geral da União) divulgou parecer técnico favorável à exploração. O documento colocou em posições opostas o Ministério de Minas e Energia, favorável à exploração, e a pasta do Meio Ambiente, de Marina Silva. A ministra é contrária à exploração de petróleo na região.
No final de setembro, o Ibama concedeu licença ambiental para a Petrobras perfurar a bacia no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará. Na época, Prates publicou em uma rede social que a prioridade da estatal continuava sendo a Bacia da Foz do Amazonas. Nessa região há a expectativa de grandes reservatórios, como os encontrados na Guiana e no Suriname.
Em janeiro, a Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar na Margem Equatorial. Na época, a companhia comunicou à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que identificou presença de hidrocarboneto, mas ainda inconclusivo quanto à viabilidade econômica.
No ano passado, a Petrobras atingiu a produção total de óleo e gás natural de 2,78 milhões de barris por dia, 3,7% acima da registrada em 2022.