A escola de São Paulo onde um aluno de 15 anos foi vítima de antissemitismo na semana passada emitiu uma nota dizendo que lamenta o ocorrido, que o bullying fere direitos fundamentais e que o ato não representa os valores do centro de ensino. A Beacon School informou que prepara um plano de ação para debater a questão no ambiente escolar. “De posse das informações apuradas, consequências foram aplicadas, contemplando sanções e propostas de trabalhos educativos e reparadores.”
Nesta terça-feira (12) foi informado que os envolvidos na agressão foram afastados pela direção do colégio de alto padrão da capital paulista. A Federação Israelita do Estado de São Paulo declarou que entrou em contato com a escola e com a família do estudante.
A entidade disse que não vai tolerar atitudes de ódio em ambiente escolar. “O importante é que as pessoas saibam se respeitar e saibam entender as diferenças que cada uma tem em relação à outra, de forma pacífica e de forma regular”, afirmou o diretor Jacques Griffel.
Colegas de sala de um estudante do nono ano do ensino fundamental teriam praticado ato de apologia ao nazismo. Pela denúncia, os agressores desenharam suásticas no caderno do aluno de origem judaica, que há pouco ingressou na escola, e ainda cantaram o hino da juventude hitlerista.
“Lamentamos enormemente o ocorrido, e, em especial, nos preocupamos com o bem-estar dos alunos afetados, direta ou indiretamente com a situação. O caso, que consideramos grave, não representa os valores da Beacon e fere princípios, direitos e deveres de alunos e da comunidade escolar”, escreveu a instituição escolar.
Para a instituição, incidentes antissemitas ferem preceitos fundamentais, incluindo o direito a tratamento igualitário e de liberdade de religião e crenças. “Uma educação baseada em direitos humanos deve assegurar e promover os direitos humanos a seus aprendizes, incluindo o direito aos estudantes da comunidade judaica, a um ambiente educativo livre de qualquer ação antissemita.”
A Beacon School informou que está em fase elaboração um “plano de ação de amplo alcance”, com o objetivo de trazer aos alunos a dimensão do tema, “resgatando e aprofundando com eles o contexto dos acontecimentos da atualidade e os fatos históricos e, assim, ampliar o seu conhecimento sobre os judeus, o judaísmo e o holocausto”.
A instituição quer envolver famílias e a comunidade em um grupo de trabalho para a conscientização e ações preventivas contra manifestações antissemitistas, oferecer palestras a alunos e pais e “estabelecer condutas de justiça restaurativa de acordo com nossos princípios e valores”.