O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (12) a criação de 100 novos campi de institutos federais de educação, ciência e tecnologia. A medida alcança todos os estados do país e gera 140 mil novas vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio. Com a iniciativa, o país passa a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de instituto federal.
Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para criar novos campi e R$ 1,4 bilhão para consolidar as unidades já existentes, com a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos, de acordo com o Palácio do Planalto.
O Nordeste é a região que receberá o maior número de novos institutos federais nesta fase de expansão. Serão 38 campi nos nove estados. O Sudeste, com 27 novos campi, aparece na sequência, seguido de Sul (13), Norte (12) e Centro-Oeste (10). Os dados foram repassados pelo Ministério da Educação.
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São Paulo é o estado com mais municípios beneficiados (12). Minas Gerais e Bahia somam oito. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis. Paraná, Rio Grande do Sul e Pará terão cinco.
“Por isso tomei uma decisão desde 2003. É proibido no meu governo falar que dinheiro de educação é gasto. Dinheiro da educação é o mais importante investimento que um país pode fazer. Gasto é dinheiro em cadeia. Gasto é a fortuna para combater a droga, o contrabando. Isso é gasto, mas educação, formar os nossos filhos, as nossas filhas, dá tranquilidade aos pais dentro de casa”, disse Lula.
O objetivo da nova expansão da rede federal é “aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis”, segundo o Palácio do Planalto.
“A construção de novos campi nos municípios impacta o setor da construção civil, além de gerar emprego e renda. As novas escolas, quando estiverem em funcionamento, levarão desenvolvimento local e regional”, diz o governo.
Em dezembro de 2008, Lula sancionou a Lei 11.892, que criou 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia. O Brasil tinha 140 escolas técnicas até 2002. A maior expansão da história ocorreu entre 2005 e 2016, quando a rede alcançou 422 campi. Atualmente, há 682 unidades e 1,5 milhão de matrículas.
A Presidência da República convidou para o evento o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Crítico do governo, o parlamentar quer levar ao debate temas como a educação domiciliar e violências nas escolas. A escolha do PL de escalá-lo para presidir o grupo causou mal-estar na base governista, que chegou a pedir a retirada das nomeações para forçar o adiamento da sessão que instalaria o colegiado.
Questionado pelo R7, afirmou que participou da agenda por ser institucional. “Eu sou presidente da Comissão de Educação, o meu papel é fiscalizar”, disse o parlamentar.