O lendário baterista Lars Ulrich, do Metallica, não se tornou um dos maiores nomes da história do Metal à toa.
Ao longo dos seus mais de 40 anos de estrada, além de seu talento enquanto baterista, o músico dinamarquês demonstrou ter um conhecimento profundo sobre os trabalhos da música pesada.
Pensando nisso, em 2017, Ulrich foi convidado pela Rolling Stone para preparar uma lista com seus discos favoritos de Metal e Hard Rock e mostrou na seleção uma ampla gama de estilos, passando pelo Grunge e Metal Alternativo do Alice in Chains e indo até os pioneiros do Heavy Metal e Hard Rock Moderno com nomes como Deep Purple. Ao falar sobre suas escolhas, Lars explicou:
Para cada artista que faz parte da minha lista definitiva de Metal ou Hard Rock, optei pelo que você chamaria de melhor momento em seu catálogo. E muitas dessas bandas passaram por uma espécie de evolução, uma espécie de crescimento e muitas delas têm ótimos discos. Então o que escolhi é uma combinação do que aquele álbum representa do artista e do impacto que teve em mim.
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Lars Ulrich escolhe seus discos preferidos
Um dos discos mais emblemáticos que aparece na seleção é o quarto álbum de estúdio do AC/DC, o elogiado Let There Be Rock, de 1977. Lars Ulrich o definiu como “o disco mais pesado do AC/DC, o disco mais denso do AC/DC, o disco mais energético do AC/DC”. Segundo o baterista, as faixas desse álbum apresentam “um Hard Rock cru baseado no Blues em seu auge absoluto”:
Há uma música aqui que pode ser minha subestimada favorita do AC/DC, que é ‘Overdose’. Nessa música, quando as duas guitarras se encaixam, é a coisa mais pesada de todas. Que eu saiba, eles nunca tocaram ao vivo. Eu acho que para muitos fanáticos e puristas do AC/DC como eu, está no topo das músicas deixadas de fora.
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Outro álbum destacado pelo integrante do Metallica foi o segundo disco de estúdio do Alice in Chains, Dirt, lançado em 1992. Lars considera o trabalho “incrivelmente profundo e sombrio” e aponta que faixas como “Rain When I Die” e “Dam That River” eram pesadas e ao mesmo tempo curtas e ótimas. “É louco. Foi provavelmente um dos discos de 92 que mais ouvi”, assumiu o baterista.
Ulrich ainda separou um tempo para rasgar elogios ao Deep Purple e seu álbum duplo ao vivo Made in Japan, lançado em 1972. As músicas foram gravadas durante a turnê da banda no Japão, que contou com dois shows em Osaka e um show em Tóquio. Para Lars, a improvisação da banda no palco e a ambição dos integrantes do Purple de tentarem se superar nas apresentações causou “um prazer auditivo incrível e feroz”.
A lista do icônico baterista trouxe também o emblemático Appetite for Destruction do Guns N’ Roses, que mudou sua vida. Para Lars, o disco lançado em 1987 “não é apenas um dos melhores discos de Hard Rock e Metal de todos os tempos, mas também um dos melhores discos de todos os tempos, e obviamente moldou uma geração e foi o modelo para literalmente milhares de bandas”. Ele continuou:
Você pode colocar o ‘Revolver’ [dos Beatles] e o melhor disco dos Rolling Stones e o melhor disco do [Bruce Springsteen] e o melhor disco do U2. É apenas um daqueles discos com o qual todo mundo se relaciona; o disco era a trilha sonora de uma parte específica da vida da maioria das pessoas.
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Lars Ulrich também revelou admiração pelo Iron Maiden
Uma das possíveis surpresas da seleção de Ulrich é The Number of the Beast, álbum lançado pelo Iron Maiden em 1982. O baterista, cuja banda sempre foi colocada como uma espécie de rival para o Maiden, não poupou elogios e definiu a obra como “literalmente o auge” do grupo:
Tem as melhores músicas, a melhor produção. Foi produzido por Martin Birch, que gravou muitos discos antigos do Deep Purple e muitas coisas do Rainbow. É exatamente onde atingiu o auge. ‘The Number of the Beast’ é provavelmente o melhor single que eles já lançaram.
Além de destacar a presença de Bruce Dickinson nos vocais, Lars apontou ainda que a obra marcou a última participação do baterista original do Iron Maiden, Clive Burr, e falou sobre sua admiração pelo artista:
Ele foi uma grande influência para mim. Ele fez muitas dessas viradas de caixa com sonoridade muito, muito forte e coisas que foram inspiradoras para mim em termos de fazer da bateria não um instrumento sofisticado, mas mais sobre peso e atitude – como se fosse ‘air drums’. Ele era meio mais simples, mas cada coisa que ele fazia era supereficaz.
Lars Ulrich ainda aproveitou o espaço para reforçar o quanto o grupo britânico foi uma forte inspiração para o Metallica, acabando de vez com qualquer suspeita de animosidade entre os grupos:
Sempre os citamos como influência principal. Eles eram simplesmente mais legais que outras bandas. Eles tinham capas de discos mais legais, embalagens mais legais, livros de turnê mais legais, camisetas mais legais, produções de palco mais legais. Eles sempre pareciam ter ido além. Eles tinham equipamentos de iluminação mais legais. Eles eram a banda mais amigável aos fãs.
Lembro que meu amigo ganhou um cartão de Natal do Iron Maiden e, tipo, Eddie estava em um cartão de Natal. Eles tinham uma imagem que era simplesmente louca e muito legal e era muito mais amigável e completa com os fãs do que qualquer outra banda.
A seguir, você confere a lista completa criada por Lars Ulrich com seus discos favoritos!
Os 15 discos favoritos de Metal e Hard Rock de Lars Ulrich
AC/DC – Let There Be Rock (1977)
Alice in Chains – Dirt (1992)
Black Sabbath – Sabotage (1975)
Blue Öyster Cult – On Your Feet or On Your Knees (1975)
Deep Purple – Made in Japan (1972)
Diamond Head – Lightning to the Nations (1980)
Guns N’ Roses – Appetite for Destruction (1987)
Iron Maiden – The Number of the Beast (1982)
Judas Priest – Unleashed in the East (1979)
Mercyful Fate – Melissa (1983)
Motörhead – Overkill (1979)
Rage Against the Machine – The Battle of Los Angeles (1999)
System of a Down – Toxicity (2001)
UFO – Strangers in the Night (1979)
Warrior Soul – The Space Age Playboys (1994)
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