As denúncias envolvendo policiais militares cresceram 66%, saltando de 24 para 40 de 2022 para 2023. Em relação a integrantes da Polícia Civil, o aumento foi de 63%, saindo de 11 para 18 casos. Só no primeiro semestre do ano passado foram analisadas 6 denúncias de ameaças, 3 de corrupção, 16 de abuso de autoridade e 34 apontando deficiências no serviço policial do Estado, entre outras. Os dados são dos registros feitos na Ouvidoria Geral de Polícia do Estado de Mato Grosso (OGP), que tiveram um aumento geral de 34% no comparativo entre 2022 e 2023.
A OGP se destina à promoção do aperfeiçoamento na prestação do serviço público, especialmente o ofertado pelas forças de segurança da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) e está sob o comando do pastor luterano Teobaldo Witter, que já comandou a ouvidoria entre 2011 e 2016, e retornou ao cargo de ouvidor-geral de Polícia em maio.
Na última terça-feira (6) ele se reuniu com a equipe de corregedores da Polícia Militar, quando apontou a preocupação em relação à violência policial em Rondonópolis e Jaciara (212 e 144 km ao sul). A situação nas comunidades formadas nos assentamentos Mestre 1, Quilombo Mata Cavalo, Pau DAlho, em Cotriguaçu e vários outros locais preocupam. Witter mencionou os elevados números de homicídios praticados por policiais militares e reclamações contra algumas inserções da patrulha rural da PM. Nos pontos mais remotos e isolados do Estado a população está mais vulnerável e, em alguns casos, verifica-se que os policiais atuam em prol de grileiros, escolhendo o lado mais poderoso em detrimento dos mais humildes.
8 casos concretos de denúncias contra militares foram protocolados junto à corregedoria na ocasião.
Mas OGP também cobra investimentos em relação à saúde mental dos profissionais da segurança pública e a necessidade da justiça nas relações de gêneros nas corporações. O assédio sexual e moral está presente nas instituições, atingindo principalmente as mulheres que atuam na Polícia Militar, cita Witter. Mas, apesar de ser uma situação real, a formalização das denúncias são raras, pois a vítima sabe que a partir dela, será discriminada e com certeza não estará nas listas de promoções da carreira militar, cita o ouvidor.
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