As influenciadoras que deram um macaco de pelúcia e uma banana a crianças negras, durante a gravação de um vídeo no Rio de Janeiro, viraram rés por injúria racial.
Ao aceitar a denúncia contra as acusadas, a juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, proibiu a filmagem e a publicação de conteúdos no mesmo contexto das imagens que foram alvo de investigação.
A magistrada destacou a gravidade do caso ao aplicar as medidas cautelares:
“Observa-se que o delito ora investigado não foi praticado mediante violência física. Contudo, a suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas. Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas, em situação de vulnerabilidade”.
Relembre o caso
Em junho de 2023, Nancy Gonçalves e Kérollen Cunha foram investigadas pela Polícia Civil por postar vídeos em uma rede social em que ofereciam banana e um macaco de pelúcia a crianças negras.
Uma das pessoas que denunciaram o caso foi a especialista em Direito Antidiscriminatório, Fayda Belo, que classificou o conteúdo como “racismo recreativo” — quando a discriminação é usada contra pessoas negras com intuito de diversão.
Na época, os vídeos foram apagados das redes. A assessoria das influenciadoras afirmou que a dupla “não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou discriminações de minorias” na filmagem publicada.
*Sob supervisão de Bruna Oliveira