Descobertas arqueológicas recentes revelam recurso fundamental para a construção das pirâmides.
A construção das pirâmides do Egito, um enigma persistente, ganhou novas perspectivas graças às últimas descobertas arqueológicas.
O mistério não se limita às renomadas pirâmides de Gizé, mas abrange cerca de 120 estruturas ao longo do rio Nilo.
Eman Ghoneim, especialista em imagens de satélite, liderou uma equipe internacional que utilizou tecnologia de ponta para desvendar parte dessa incógnita.
Sistema de navegação fluvial: a resposta
Pirâmides sempre provocaram dúvidas sobre sua construção – Imagem: Shutterstock/AlexAnton/Reprodução
A pesquisa revelou um ramo extinto do Nilo chamado Rama Ahramat, traduzido como “caminho das pirâmides”.
Esse canal se estendia por 100 quilômetros, fluindo ao longo das construções antigas desde o oásis de Faiyum até o planalto de Gizé. A existência desse curso d’água era conhecida, mas sua localização exata permanecia sob incógnita.
Usando imagens de Radar de Abertura Sintética, análises geofísicas e amostras de solo, a equipe identificou o antigo canal, o que forneceu evidências convincentes de sua importância na construção das pirâmides.
Esse canal teria transportado materiais cruciais e facilitado o deslocamento da mão de obra necessária.
Uma rota aquática esquecida
A confirmação da existência da via fluvial fornece insights importantes sobre a teoria de que as pirâmides egípcias foram erguidas com árduo trabalho e um sistema elaborado de navegação fluvial.
Embora reste determinar a duração e as razões da extinção de Rama Ahramat, sua localização precisa sugere a possibilidade de encontrar outras pirâmides e assentamentos perdidos no deserto egípcio.
O Sudão, país com o maior número de pirâmides no mundo, apresenta uma complexidade semelhante, embora suas estruturas sejam de altura inferior.
O estudo destaca a importância de considerar a geografia e as vias fluviais na compreensão da engenhosidade por trás desses monumentos históricos.
A pesquisa destaca que Rama Ahramat, ao atravessar 38 locais com pirâmides, era alimentado por diversos afluentes, o que destaca um sofisticado sistema de transporte aquático.
As mudanças climáticas e geográficas ao longo dos milênios enterraram esse canal fundamental na construção desses monumentos, mas agora temos uma compreensão mais clara de como os blocos maciços chegaram às pirâmides.
A Grande Pirâmide de Gizé, com seus 2,3 milhões de blocos de calcário, continua a ser um testemunho impressionante da engenhosidade humana, hoje melhor compreendido graças a essa investigação inovadora.