Subprocurador-geral da República diz que deixou investigação em dia para Gonet e vê falhas em apuração sobre militares
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos foi responsável pelo Ministério Público Federal (MPF) por apresentar à Justiça todas as denúncias referentes aos atos de 8 de janeiro.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Santos declarou que pautou seu trabalho pela solidez da investigação criminal e provocou a Operação Lava Jato.
Quando foi indagado sobre o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos, o subprocurador disse que “seria leviano falar isso ou aquilo a respeito de uma pessoa sem ter apurado a respectiva prova. Quem trabalhou assim foi a Lava Jato e não deu certo”.
Três dias depois dos atos em Brasília, Santos foi designado por Augusto Aras, então procurador-geral da República, para coordenar o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, responsável pela investigação sobre o caso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Denúncias do 8 de janeiro
O subprocurador apresentou mais de 1,4 mil denúncias referentes aos atos de 8 de janeiro, pediu mais de 700 revogações de prisão e disse que ficou com a sensação de dever cumprido.
“Deixei a casa arrumada e tudo está em andamento. As investigações estão todas em dia”, exclamou.
Santos criticou a condução da investigação a respeito dos militares, iniciada pela Polícia Federal sem combinação com o MPF. Mas, na entrevista para a Folha, ele evitou conflito com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos no STF.
Em relação às críticas ao magistrado por concentrar poder, o subprocurador disse que não viu abuso por parte de Moraes. “Houve erro, é o erro da justiça dos homens. Aqui não é a justiça divina”, alegou.
Santos segue na coordenação da Câmara Criminal do MPF, com mandato até junho, e como conselheiro do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
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