O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e o príncipe Andrew, do Reino Unido, são alguns nomes que aparecem em uma lista ligada a Jeffrey Epstein, bilionário norte-americano que comandou um esquema de tráfico sexual.
A informação foi revelada nesta quarta-feira, 3, depois de uma série de documentos sobre o processo do criminoso se tornarem públicos pela Justiça dos Estados Unidos.
Epstein criou um vínculo social com grandes empresários e executivos norte-americanos e celebridades antes de se declarar culpado de solicitar prostituição a uma menor de idade em 2008.
O empresário e financista cometeu suicídio em 2019, aos 66 anos, enquanto estava preso. Ele foi condenado por um tribunal da Flórida no mesmo ano que morreu.
Dezenas de mulheres acusaram Epstein de forçá-las a prestar serviços sexuais a ele e a seus convidados em sua ilha particular no Caribe e nas casas que ele possuía em Nova York, Flórida e Novo México.
A lista de quase 200 nomes mencionados em um processo movido por Virginia Giuffre, de 39 anos, uma das acusadoras de Epstein, foram mantidos sob sigilo durante anos, até que a juíza federal Loretta Preska decidiu em dezembro que não havia justificativa legal para mantê-los em segredo.
Em depoimento, Virginia afirmou que fez sexo com vários políticos e executivos proeminentes, incluindo o empresário bilionário norte-americano Tom Pritzker, o ex-senador norte-americano George Mitchell e o ex-governador do Novo México Bill Richardson.
Bill Clinton na lista de Epstein
Em um depoimento de 2016, uma das vítimas lembrou de um episódio que Epstein falou com ela sobre Bill Clinton.
“Ele disse uma vez que Clinton gosta de jovens, referindo-se às meninas”, disse ela, de acordo com reportagem da CNN.
Quando questionada se Clinton era amigo de Epstein, ela afirmou que entendia que os dois tinham “negócios”. Em 2019, um porta-voz de Clinton confirmou que o ex-presidente tinha voado no avião privado de Epstein, mas que ele não sabia sobre os “crimes terríveis” do bilionário.
Segundo a rede ABC News, o ex-presidente apareceu 50 vezes na lista. O democrata teria recebido o codinome de “John Doe 36”.
Príncipe Andrew
Irmão do rei Charles 3º, teria colocado a mão no seio de Johanna Sjoberg, uma das vítimas na casa de Epstein, em Manhattan, Nova York, em 2001, segundo os documentos judiciais abertos nesta quarta-feira, 3.
O incidente foi relatado anteriormente e Andrew negou. O caso estava entre os detalhes revelados em uma série de documentos previamente editados.
Andrew perdeu a maioria de seus títulos reais devido à sua associação com Epstein. Ele resolveu uma ação civil com Virginia no ano passado por uma quantia não revelada e negou qualquer irregularidade.
A lista
Os documentos revelados são parte de um processo de difamação movido por Virginia contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, presa por recrutar meninas menores de idade para o esquema do bilionário.
A juíza Loretta Preska decidiu que alguns nomes dos documentos divulgados devem permanecer confidenciais, incluindo as pessoas que eram menores de idade quando foram abusadas por Epstein.
Na lista de Epstein, os nomes eram conhecidos apenas pelos codinomes “John” e “Jane Does”.