Segundo a PGR, ele teria custeado o fretamento de 4 ônibus para levar manifestantes a Brasília
O primeiro denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) de financiar os atos de 8 de janeiro é o empresário Pedro Luis Kurunczi, de Londrina, no norte do Paraná. A informação é do jornal Folha de S.Paulo. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi feita em 14 de dezembro, mas o nome do empresário não tinha sido divulgado.
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Na denúncia, a PGR afirma que o empresário de Londrina, que atua no setor de construção civil, fretou quatro ônibus para transportar cem passageiros para Brasília em 8 de janeiro. O custo das viagens foi de R$ 59 mil. Segundo o Ministério Público, ele também teria participado ativamente de grupos em aplicativos de mensagens e incitado as manifestações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Até então, a PGR tinha denunciado os “executores”, pessoas que invadiram os prédios da Praça dos Três Poderes, e os “incitadores”, aqueles que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.
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A denúncia contra Kurunczi, sob sigilo, será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá recebê-la ou rejeitá-la. Se aceita, o empresário responderá por cinco crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- associação criminosa armada;
- dano qualificado; e
- deterioração de patrimônio tombado.
Testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas e o réu será interrogado.
Réus acusados por esses mesmos crimes foram sentenciados pelo STF a até 17 anos de prisão. A pena máxima para esses delitos chega a 30 anos.
Advogada nega participação de empresário de Londrina nos atos de 8 de janeiro
Ao jornal Folha de Londrina, a advogada de Kurunczi, Ana Paula Delgado Barroso, disse anteriormente — quando a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o bloqueio de bens do empresário — que o financiamento dos ônibus foi feito por meio de vaquinhas virtuais, pois Kurunczi não teria dinheiro para fazê-lo por conta própria. Segundo ela, seu cliente não compactua com nenhum ato de vandalismo e não tinha como saber que ocorreriam os ataques aos prédios públicos.
“Ele estava participando da manifestação em frente ao tiro de guerra aqui em Londrina e quando surgiu essa intenção de todo mundo ir a Brasília protestar, eles se cotizaram”, afirmou a advogada. “Fizeram vaquinha ou transferência por Pix. Alguém tinha que fretar os ônibus, porque isso não pode ser feito em nome de 40 pessoas.”
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Até agora, a PGR denunciou 1.413 pessoas, sendo 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e um financiador — Kurunczi. O empresário de Londrina já é réu em três ações civis públicas da AGU, nas quais pede-se mais de R$ 100 milhões de indenização por dano moral coletivo e o bloqueio de bens de 52 réus.
O nome do empresário também consta do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, na lista de financiadores elaborada pela Agência Brasileira de Inteligência.
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