Bruno Moreira Aiub, de 33 anos, conhecido como Monark, não tem faturado como antes. O influenciador digital foi banido das principais redes sociais por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Monark chamou o magistrado de “ditador” e “imperador” atuando como “apurador, investigador, promotor, julgador, tudo”.
Moraes determinou que o influenciador não compartilhe fake news. A decisão de junho destacou uma declaração de Monark na plataforma de vídeos Rumble, dizendo que o STF está “disposto a garantir uma não transparência nas eleições”.
Dois meses depois, o ministro o multou em R$ 300 mil por descumprir a ordem judicial.
Questionamentos sobre as urnas eletrônicas já haviam levado ao bloqueio de outras redes do influenciador.
Monark, perseguido político
Monark se considera um perseguido político e, por isso, mora desde setembro na Flórida, nos Estados Unidos. O influenciador afirmou que tem medo de ser preso se voltar ao Brasil.
Ele afirmou à Folha que está tentando tirar um visto específico para representantes da mídia estrangeira. O influenciador acredita que seria preso se voltasse ao Brasil, apesar de não haver “ainda” um pedido de prisão contra ele.
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Flávio Dino
Monark também recordou que foi processado pelo ministro da Justiça Flávio Dino por tê-lo chamado de “gordola” e “tirânico”.
À época, o futuro ministro do STF pediu mais regulamentação das redes sociais para prevenir ataques como o que matou quatro crianças em uma creche em Santa Catarina, em abril.
Contudo, o desembargador Fausto de Sanctis entendeu que o influenciador fez um “mal-educado desabafo” que não justifica uma ação penal e suspendeu a queixa-crime apresentada por Dino.
Monark obteve um habeas corpus e pode voltar a fazer comentários sobre o ministro.
“Eu tava proibido de falar [dele], mas nunca parei de falar. Era uma ordem ilegal, a Constituição garante a liberdade de expressão”, comentou. Para o ele, o crime de injúria deveria acabar.
Liberdade de expressão
De acordo com Monark, a internet deveria ser livre, “onde as pessoas possam debater as narrativas umas das outras”, mesmo que elas sejam propositalmente enganosas.
“Deixa a própria sociedade se regular, não precisamos de um Estado para isso.”
Na avaliação do influenciador, assim como o PCO, partido de extrema esquerda, possa defender o grupo terrorista Hamas, “um nazista imbecil” deveria ter direito de respaldar Adolf Hitler.
Monark também afirmou não guardar ressentimentos por sua saída do Flow.
O podcast enfrentou um grande boicote de agências publicitárias depois do influenciador dizer que nazistas deveriam ter direito de se organizarem em um partido, em um programa de 2022 com os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral.
Ele declarou não se arrepender do que disse e que defendeu a liberdade de qualquer um se organizar politicamente a partir de um ideal, por pior que seja.