A Prefeitura de Niterói firmou um acordo com a Fiocruz nesta quarta-feira (27) para a elaboração do Programa de Educação Climática do município. O convênio no valor de R$ 175 mil, realizado por intermédio da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec), prevê a realização de cursos para formação qualificada sobre o tema para diferentes atores sociais. Também serão executadas oficinas participativas para o desenvolvimento de competências e habilidades em Educação Climática.
O projeto de pesquisa que será desenvolvido pela Fiocruz recebeu o título: “Educação Climática no município de Niterói: Construção participativa do Programa, qualificação e práxis nos territórios”. De acordo com o prefeito Axel Grael, o programa vai contribuir para a inclusão da pauta sobre mudanças climáticas no dia a dia da população de Niterói.
“O debate sobre o clima é algo planetário e, por conta disso, é difícil trazermos esse tema para o cotidiano da população. Este programa, que será elaborado pela Fiocruz, vai fortalecer os temas relacionados às mudanças climáticas regionalmente, para os moradores e diferentes instituições e empresas de Niterói. Independente do tamanho, cada um tem a sua contribuição a dar. Nós estamos trabalhando para fazer, por exemplo, a primeira comunidade neutra em carbono, então é importante também mostrarmos às pessoas que o que ela faz ali na comunidade pode ter essa conexão com uma questão muito maior, uma questão planetária. Esse programa vai fazer com que as pessoas se sintam empoderadas e entendam o que ela faz é importante. Isso tem um valor muito grande”, considera o prefeito.
No convênio firmado com a Fiocruz para a concepção do programa também foram estabelecidas metas. Uma delas estabelece que a elaboração do texto base do projeto será discutido em Conferências Populares de Educação Climática que serão realizadas em Niterói. Depois, será realizada uma consulta pública sobre o conteúdo elaborado nos encontros.
“Nosso objetivo é trabalhar de forma participativa, integrar a governança e construir juntos os instrumentos de gestão, com participação ampla da sociedade, das empresas, do poder público, de todos. Com isso, vamos atuar na construção de uma massa crítica para a criação da política pública. Falar de governança climática, nos dias de hoje, ainda é muito complexo, é um assunto muito difícil, e a gente precisa trabalhar fazendo. É uma transição cultural em todo o processo social. E a educação é a principal ferramenta nesse processo. Então, a gente pretende fazer um amplo trabalho não só de convencimento, mas também de sensibilização, de capacitação em toda a cidade, nas cinco regiões”, explica o secretário municipal do Clima de Niterói, Luciano Paez.
Após a realização do estudo, o estabelecimento do programa será feito através de Projeto de Lei, que será enviado à Câmara de vereadores para ser debatido e votado. Chefe do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Clélia Christina Mello Silva, explica que serão produzidos relatórios e os materiais educativos que serão construídos ao longo do processo ficarão disponível para a cidade, deixando um legado.
“Ficamos muito felizes em contribuir com a expertise do IOC (Instituto Oswaldo Cruz) para a construção participativa de um programa de educação climática em Niterói. Vamos falar com as instituições formais e não formais de educação, como escolas e ONGs, e fazer conferências em todas as regiões da cidade, reunindo diversos atores para troca de saberes. Isso vai nos dar o arcabouço teórico para construir o programa, que será enviado para apreciação da comunidade. Assim, teremos todo o processo participativo, diz Clélia Christina Mello Silva.
Foto: Lucas Benevides