A ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou nesta quarta-feira (20) que vai redistribuir as doses da vacina da dengue não aplicadas para novos municípios. A medida foi informada em coletiva de imprensa com a titular da pasta, que anunciou também a liberação de R$ 300 milhões para o apoio a municípios na compra de medicamentos, soros e outros itens essenciais para o cuidado dos pacientes com dengue.
“Nós vamos fazer a redistribuição das doses que não foram aplicadas e que estão nos municípios, usando o ranqueamento dos municípios que estão em situação de emergência. Isso está em processo. Tem que ser feito de uma forma muito cuidadosa. E isso é muito positivo. Queria também aproveitar e lembrar o que eu tenho dito em toda a coletiva: a vacina é um instrumento importantíssimo a médio e longo prazo, ela não é solução para esse equilíbrio, ainda mais uma vacina que é fabricada em duas doses com intervalos de três meses”, disse.
A ministra acrescentou que a compra de soros, medicamentos e outros itens serão reforçados pelo ministério. “Estamos destinando, essa portaria saiu publicada hoje, R$ 300 milhões para estados e municípios para especificamente fazer a aquisição desses medicamentos”, afirmou.
Sobre as vacinas, a ministra destacou que há uma demanda pela antecipação de mais doses, mas também uma baixa procura. “Os responsáveis não estão levando as crianças para vacinar. Por isso é importante o esclarecimento, a campanha e o incentivo para quem está na faixa etária de 10 a 14 anos não deixar de ser imunizado”, disse.
Os dados atualizados do Ministério apontam para 1.937.651 casos prováveis de dengue, 630 mortes em investigação e 630 mortes confirmadas. As unidades da federação que lideram a incidência de casos por 100 mil habitantes são Distrito Federal (com 5.631 casos por 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais(3114 por 100 mil), Espírito Santo (1829 por 100 mil), Paraná (1605 por 100 mil), Goiás (1502 por 100 mil) e Rio de Janeiro (899).
Produção nacional
A respeito da vacina em fase de estudos do Butantã, a Ministra da Saúde destacou que estão sendo alcançados bons resultados. “Caberá ao Butantã encaminhar a Anvisa para avaliação. E sobre a produção nacional da tecnologia da Takeda, antecipamos que há possibilidade de produção nacional. Mas o anúncio completo, com cronograma, está em processo, não temos ainda a definição precisa, de quantas doses e questões técnicas que envolvem essa produção, que precisam ser avaliadas pela Anvisa”, observou.