A Organização Mundial da Saúde (OMS) continua a enfatizar a importância da atividade física regular, mas relatórios globais revelam que uma grande parcela da população permanece sedentária.
No entanto, em contraste com essa tendência preocupante, o setor fitness está experimentando um ressurgimento notável, impulsionado em grande parte pelo crescente número de influenciadores fitness nas redes sociais.
De acordo com o último relatório global sobre atividade física de 2022, uma porcentagem significativa de adolescentes e adultos não se exercita o suficiente, contribuindo para um aumento alarmante na taxa de obesidade, que atingiu um bilhão de pessoas em todo o mundo, conforme indicado por um estudo publicado na revista Lancet.
Enquanto isso, os influenciadores fitness têm ganhado cada vez mais destaque nas plataformas digitais, atraindo milhões de seguidores ávidos por dicas de treinamento, dietas e suplementos. Eles frequentemente compartilham suas próprias jornadas de transformação física, oferecendo um modelo a ser seguido por aqueles em busca de um estilo de vida mais saudável.
No entanto, especialistas advertem que a influência desses influenciadores pode ser ambígua. Embora possam inicialmente motivar alguns a se exercitar, há o risco de que suas representações idealizadas e inatingíveis possam, na verdade, desmotivar outros.
Veja o que dizem os especialistas
O professor Lars Donath, da Universidade Alemã do Esporte, observa que a privatização crescente do fitness, com o aumento dos custos associados a academias e equipamentos, pode excluir pessoas de baixa renda e acesso limitado, perpetuando assim desigualdades no acesso à atividade física.
Pesquisas científicas indicam que a motivação gerada pelos influenciadores pode ser passageira e, em alguns casos, contraproducente. O ideal de perfeição promovido por muitos influenciadores pode criar expectativas irrealistas e desencorajar aqueles que se sentem incapazes de alcançá-las.
Donath ressalta que as metas e motivações para a prática esportiva são altamente individuais e podem ser influenciadas por uma variedade de fatores pessoais, tornando as comparações com influenciadores potencialmente prejudiciais.
Em última análise, enquanto os influenciadores fitness podem ser uma fonte de inspiração para alguns, é importante reconhecer que sua influência nem sempre é universalmente positiva. A busca por um estilo de vida ativo e saudável deve ser guiada por metas realistas e uma compreensão das necessidades individuais, em vez de uma comparação constante com padrões irreais promovidos nas redes sociais.
É preciso fazer exercício físico para emagrecer?
Embora o exercício físico seja essencial para uma vida saudável, a ciência é clara: quando se trata de perder peso, a dieta desempenha um papel fundamental. Segundo o professor Lars Donath, especialista em ciências do treinamento, o esporte sozinho não é suficiente para alcançar a perda de peso desejada.
Enquanto o exercício pode fortalecer o sistema cardiovascular, reduzir a pressão arterial e até mesmo ajudar na depressão, ele não pode compensar uma dieta desequilibrada. Consumir alimentos pouco saudáveis após o exercício pode neutralizar os benefícios do treinamento e dificultar o progresso na balança.
Donath recomenda que a ênfase seja primeiramente na dieta, combinando-a com exercícios físicos. Ele ressalta a importância de usar o exercício para manter o peso após a perda, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística que inclua tanto a alimentação quanto a atividade física para alcançar resultados duradouros na perda de peso.