Um estudo da Serasa Experian revelou que os pedidos de recuperação judicial (RJ) no Brasil cresceram significativamente em janeiro, registrando um aumento de 62% em comparação com o mesmo período do ano passado. O total de 149 pedidos reflete a preocupante situação financeira de diversas empresas, evidenciando uma escalada de desafios econômicos.
A análise do mês anterior revela um avanço expressivo de 46,1%, destacando a urgência e a complexidade da situação.
O estudo aponta que o aumento é liderado por micro e pequenas empresas, responsáveis por 99 dos pedidos. Companhias médias e grandes protocolaram 32 e 9 requisições, respectivamente.
Quais setores são impactados?
O setor de serviços é apontado como o mais impactado, refletindo a crise nesse segmento, que é crucial para o mercado de trabalho nacional.
Outro levantamento da Cemec-Fipe indicou um aumento significativo de 182% nos pedidos de RJ entre outubro e novembro de 2022, comparado ao mesmo período do ano anterior.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, destaca que o aumento nas solicitações de recuperações judiciais reflete o crescimento de empresas enfrentando iminência de insolvência.
Ele ressalta que, apesar dos cortes na inflação e de juros, a resposta aos sinais de melhoria no contexto de recuperação judicial é mais demorada.
O endividamento acumulado entre 2020 e 2021, período em que os juros estavam em patamares menores, também contribui para a situação atual, conforme indicado pela pesquisa do Cemec-Fipe.
Mesmo com os cortes na Selic, que atualmente está em 11,25% ao ano, especialistas consultados pela CNN consideram o valor ainda alto, gerando dificuldades para a saúde financeira das empresas.
Pedido de falência
Em contrapartida, os pedidos de falência apresentaram uma ligeira queda em janeiro na comparação anual, totalizando 69 registros em 2024 contra 72 em 2023. Contudo, ao analisar a base mensal, houve um aumento de 43,8% em relação a dezembro do ano passado.
A Serasa Experian destaca que uma das razões para as empresas enfrentarem dificuldades no pagamento de suas dívidas é a inadimplência de seus próprios clientes.
O aumento de 5,3% no número de inadimplentes em 2023, conforme informado pela Boa Vista no início deste ano, ressalta os desafios adicionais que as empresas enfrentam para manter sua saúde financeira em meio a um cenário econômico complexo e desafiador.