Quase sete em cada 10 escolas são afetadas, mesmo que parcialmente, pela greve dos trabalhadores da educação municipal da capital mineira.
Nesta sexta-feira (23), uma nova assembleia será realizada para definir os rumos da paralisação.
Desde o dia 15 de fevereiro, os trabalhadores reivindicam o acréscimo do reajuste anual do piso salarial nacional do magistério (3,62%) ao índice de 8,4% apresentado pela prefeitura. Os trabalhadores também pedem a antecipação das parcelas para janeiro de 2024.
A Secretaria Municipal de Educação informou que, até terça-feira (20), 60% das escolas da rede tiveram as atividades ocorrendo de forma parcial e 7% das unidades de ensino ficaram totalmente paralisadas. O restante teve atividades normalmente.
A Rede Municipal de Educação de BH tem 172.700 alunos matriculados na educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 322 escolas.
A audiência desta sexta vai avaliar a reformulação da proposta feita pela prefeitura, durante audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (22), no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais).
O município não sugeriu aumentar o percentual do reajuste, mas propôs: a previsão em lei para que horas de aperfeiçoamento sejam consideradas como requisito de progressão por escolaridade, nos termos de regulamento; estabelecer em 18 o nível de posicionamento dos servidores que tiverem mestrado ou doutorado para alteração do interstício de progressão; e triplicar o número de licenças para mestrado e doutorado.
Na segunda-feira (19), em entrevista ao Balanço Geral Minas, da Record Minas, o prefeito Fuad Noman (PSD) disse que o município não tem condições de oferecer uma nova proposta de aumento salarial para os servidores da educação.
“Nós já negociamos com todas as categorias e eles [servidores da educação] estão puxando a corda achando que a prefeitura vai recuar. Nós não temos condições de recuar porque não temos condições de pagar mais que isso”, disse o prefeito.
No último sábado (17), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a suspensão imediata da paralisação. No entanto, o Sindicato argumenta que não existe irregularidade na greve. Nesta quinta (22), os trabalhadores estiveram presentes em uma audiência de conciliação no TJMG. Segundo o diretor do Sindicato, Wanderson Rocha, os trabalhadores têm até cinco dias úteis para responder à nova proposta.
Além disso, Rocha disse ainda que o TJ vai se posicionar sobre o agravo interno impetrado pelo sindicato contrário à decisão que determinou a suspensão da paralisação. Ainda segundo o sindicato, a nova proposta apresentada pela prefeitura traz melhorias, mas que a prefeitura não abriu mão em relação ao acréscimo do reajuste e ao adiantamento das parcelas.
Veja o que o prefeito Fuad Noman disse sobre a paralisação: