As unidades da federação com a maior taxa de incidência de dengue no Brasil são Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás, responsáveis por 64% do total de 555.583 casos prováveis já registrados em todo o território nacional. Com relação às mortes causadas pela doença, o DF e os quatro estados concentram 61 dos 94 óbitos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Distrito Federal possui a pior taxa de incidência do país, com 2.405 casos por 100 mil habitantes. Ele é seguido por Minas Gerais (936), Acre (622), Paraná (512) e Goiás (487).
Maranhão, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Paraíba são os estados com as menores taxas do Brasil (confira os números abaixo):
Mulheres são a maioria das infectadas pela doença e a faixa etária mais acometida é a de 30 a 39 anos, seguidas por aquelas que têm entre 40 a 49.
Em números absolutos de casos, Minas Gerais está em primeiro lugar, com mais de 192 mil, seguido por São Paulo (90 mil) e o Distrito Federal (67 mil). Em todo o país, 381 óbitos estão sob investigação, suspeitos de terem sido causados por dengue.
O biólogo Rodrigo Gurgel explica que a diferença de incidência da doença nos estados pode ocorrer por diversos motivos, como clima, estratégias de controle, subnotificação de casos e até o subtipo do vírus.
“Ter mais casos no DF ou em Goiás é o que se espera em relação, por exemplo, ao Rio Grande do Sul, onde é mais frio e, dessa forma, dificulta mais o desenvolvimento dos criadores e do mosquito”, afirma.
“Outro fator pode ser a aglomeração urbana, que é muito maior no DF do que em Tocantins, por exemplo”, acrescenta.
Segundo o Ministério da Saúde, a incidência da doença é influenciada pelos períodos de chuva e de altas temperaturas, de modo que mudanças climáticas como o El Niño podem agravar a situação.
“As altas temperaturas aceleram a reprodução e a replicação viral nos mosquitos. Somado a isso, o sorotipo DENV-2 tornou-se predominante nos estados da região Centro-Oeste, antes mais afligida pelo sorotipo DENV-1. Isso aumenta a quantidade de pessoas suscetíveis a esse sorotipo, ocasionando alto número de pessoas infectadas”, esclarece.