Proprietário do estabelecimento é investigado após duas argentinas denunciarem ter sofrido estupro e cárcere privado; Polícia Civil recolheu imagens de câmera
A Vigilância Sanitária Municipal interditou nesta sexta-feira (26) a boate de Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina, investigada após denúncias de estupro e cárcere privado feitas por duas mulheres argentinas.
No local, foram encontrados alimentos mal acondicionados e vencidos. De acordo com o órgão, o local está “sem condições sanitárias nenhuma de estar em funcionamento”.
Inspeção realizada pela Vigilância Sanitária nesta sexta-feira – Foto: Prefeitura de Bombinhas/Divulgação/ND
O estabelecimento entrou no radar da Polícia Civil na última segunda-feira (22), quando as forças de segurança foram acionadas para atender duas mulheres argentinas, que se encontravam na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade.
Elas relataram que foram vítimas de cárcere privado e estupro após o suspeito ter oferecido um trabalho para as vítimas – e depois as aliciado. Após a liberação da UPA, elas foram encaminhadas até o Instituto Médico Legal de Balneário Camboriú para serem submetidas a exame de corpo de delito.
Inquérito policial apura denúncias de estupro
Um inquérito policial foi instaurado e as vítimas foram ouvidas na delegacia já na manhã desta terça-feira (23), além de serem realizadas outras diligências investigativas. Na quinta-feira (25), a investigação recolheu as imagens das câmeras e o celular do suspeito.
Até esta sexta-feira, não havia suspeita de tráfico de pessoas e as vítimas não estão em Programa de Proteção. Uma delas está retornando para a Argentina com apoio da Assistência Social do município de Bombinhas e a outra vítima vai permanecer no país e disse que vai continuar a vida dela normalmente.
A advogado Bruna dos Anjos, que representa o proprietário da boate, informou em nota que o caso ainda está em “fase investigativa, na pendência de diligências, a exemplo laudos periciais, juntada de imagens, oitiva de testemunhas”.
“Faz-se indispensável a obtenção de outros elementos informativos além da versão unilateral das supostas vítimas para se edificar uma acusação. Ele minimamente foi indiciado, melhor dizendo, o inquérito policial resta pendente de relatório final”, informou em nota.
“Presume-se a inocência. Esta antecipação da culpa não ameniza nem exclui qualquer tipo de violência, mas tão somente fortifica, pois ninguém quer ser condenado antes de um devido processo legal, com trânsito em julgado, isso é Constitucional”, destacou.