Segundo a Fitch, o Brasil deve cumprir suas próprias metas e também conseguir um crescimento real do PIB de pelo menos 2,5%
A agência de classificação de risco Fitch Ratings descartou a volta do grau de investimento para o Brasil no curto prazo.
“Qualquer elevação do (rating) do Brasil será mais difícil do que a última… Uma elevação de um nível para BB+ poderia ser alcançada se o governo cumprir suas próprias projeções, suas próprias metas e também conseguir um crescimento real do Produto Interno Bruto do atual ritmo de 2,0% para algo próximo a 2,5%”, disse Todd Martinez, diretor sênior de títulos soberanos da Fitch.
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A agência de classificação de risco elevou a recomendação da dívida soberana do Brasil em julho de 2023, que passou de “BB-” para “BB”.
A avaliação foi mantida após a aprovação da reforma tributária no final do ano passado.
O país perdeu o investment grade no início de 2016, após uma série de crises internacionais e domésticas, e com o fim do boom das commodities.
Fitch salienta riscos para América Latina
Em geral, para a Fitch, o ano de 2024 será marcado por uma desaceleração do crescimento das economias latino-americanas.
“Quando pensamos no desempenho do crescimento da região, ele tem sido claramente afetado pela desaceleração esperada em algumas das maiores economias. Estou falando do México e do Brasil”, disse Shelly Shetty, diretora-gerente de títulos soberanos da Fitch Ratings.
Segundo a agência de classificação de risco, a América Latina é uma região ainda afetada por uma demanda menor e altas taxas de juros, mesmo se mantém vantagens comparativas em um cenário geopolítico complexo.
A previsão da Fitch é de uma desaceleração do crescimento econômico da América Latina neste ano, com um Produto Interno Bruto (PIB) que deverá ficar em 1,5%.
No ano passado, o crescimento da região tinha chegado em 2,3%.
A Fitch indicou entre os maiores desafios para a América Latina a desaceleração do crescimento na China e nos Estados Unidos, um cenário financeiro global mais complicado e o impacto climático do fenômeno El Niño.
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Entretanto, segundo a Fitch, existiram fatores que podem beneficiar a região em uma perspectiva de médio prazo.