Marca dos Estados Unidos adota estratégia especial no mercado chinês, algo que não costuma acontecer em outros locais do planeta.
Imaginar a compra de um celular novo da Apple e com desconto, direto na loja, é quase impossível. A política de vendas da empresa passa longe desse tipo de cortesia. Mas, na China, a história é um diferente.
Com medo de que os consumidores chineses estejam se distanciando dos produtos da Apple, a marca decidiu reagir e a tática é reduzir o preço dos iPhones em US$ 70 (cerca de R$ 340).
Na prática, isso representa de 6% a 8% de desconto, em relação ao preço cobrado no site da empresa.
Fora isso, a gigante da tecnologia optou por estender a medida para outros produtos, como o MacBook Air. O notebook terá o preço reduzido em US$ 112 (cerca de R$ 544) para quem comprar na loja.
Essa promoção, algo impensável quando se trata de Apple, acostumada com a alta demanda, começou nesta quinta-feira (18) e vai até o próximo domingo (21).
Desafio fora dos EUA
Venda de smartphones caiu 3% na China, em 2023. Foto: Internet/Reprodução
A atitude da Apple, sucesso absoluto em território norte-americano, escancara os desafios que ela enfrenta em outros locais, especialmente na China, um dos maiores mercados de eletrônicos do mundo.
Ao mesmo tempo em que os consumidores chineses começaram a optar por marcas domésticas, existem ainda outros dois aspectos: o aumento das tensões entre a China e os EUA e o fato de que as marcas locais investem pesado em inovação e tecnologia.
A Huawei, por exemplo, está no centro de uma questão envolvendo a diplomacia entre os dois países.
O governo dos EUA suspeita dos laços estreitos da marca com o governo Chinês e tem medo que a tecnologia produzida por ela possa ser utilizada para espionagem.
Pequim e Washington travam, hoje, um embate tecnológico. Do lado norte-americano, os funcionários do governo foram proibidos de adquirir produtos da Huwaei. Do lado chinês, aconteceu o mesmo, mas em relação aos equipamentos da Apple.
Enquanto isso, a marca dos EUA já começa a se desesperar, pois perder espaço em um mercado expressivo como o da China não é nada bom para os negócios. Para se ter ideia, a arrecadação no país significa 20% da receita total da Apple.
Cenário local
Para complicar a situação, a China é hoje a única, entre as grandes economias do mundo, que vive um momento de deflação, e isso tem refletido no consumo e gastos internos.
A venda de smartphones caiu cerca de 3% em 2023 no país em virtude da desaceleração econômica. Em novembro do ano passado, a própria Apple informou uma queda de 2,5% nas vendas totais na China.
Fora isso, a Huawei decidiu reagir e mirar na concorrência direta com a Apple. A marca chinesa lançou, recentemente, um aparelho com câmera aprimorada, diferencial que sempre foi destacado pela rival em seus produtos.