Fernanda Torres foi a convidada da primeira edição do Roda Viva de 2024, que foi transmitida na noite desta segunda-feira (8).
Por lá, a atriz, que também é roteirista, produtora e escritora, compartilhou relatos sobre diversos momentos de sua carreira, além de abordar outros assuntos como política, maturidade, literatura e muito mais.
Um dos momentos mais emblemáticos da participação foi o momento em que ela foi provocada pela jornalista Rita Lisauskas para falar sobre a possibilidade de estarmos vivendo com uma geração “mais careta”. A partir disso, ela trouxe uma reflexão interessante:
Aí gente, é tanta coisa. Eu acho que, quando eu era nova, a gente achava que a opinião pública era Zona Sul [do Rio de Janeiro]. Que o que existia no mundo… e eu lembro que assim, como era ditadura militar, a coisa mais importante que existia era a liberdade. Então era liberdade na escola, os filmes todos eram libertários, a droga era libertária, o ruim era proibir. E nós crescemos com isso.
Só que aí o mundo mudou muito desde a última vez que eu saí. O que antes era droga libertária, lisérgica, para abrir a mente, virou uma indústria armamentista. Então, o cara da Zona Sul que era libertário, que subia o morro e era amigo do pessoal, ele de repente… o morro se armou, e o consumo já passa a ser uma coisa meio esquisita, meio alienado, de uma classe privilegiada, libertária.
Nesse sentido, complementando sua fala, Fernanda citou um de seus vídeos mais famosos do passado, no qual aparece dizendo que o único preconceito que possui é “contra crentes”. Com uma nova argumentação, ela explicou por que não repetiria essa fala nos dias de hoje:
Jamais repetiria isso hoje. Porque os evangélicos ocuparam o lugar onde o Estado faltou.
Apesar disso, Fernanda ainda destacou que enxerga alguns problemas na prática evangélica no Brasil, em especial o fato de muitos dos cultos “demonizarem as religiões de origem africana”.
Fernanda Torres falou sobre Tapas & Beijos e Os Normais
Ainda na mesma entrevista, Fernanda fez uma reflexão sobre suas personagens Fátima e Vani, de Tapas & Beijos (2011 a 2015) e Os Normais (2001 e 2003) respectivamente, terem se tornado grandes memes na internet nos últimos anos.
Questionada sobre o impacto da reação dos internautas, a atriz também mencionou a “liberdade” que citou em sua outra fala:
Engraçado que ‘Os Normais’ eu olhei e eu me achei nova outro dia, super forte o que foi a Vani e o Rui, tudo. Mas outro dia eu fiquei olhando a Fátima, eu achei aquilo ali uma obra prima, aquelas duas mulheres, com aqueles problemas delas, aqueles homens delas, rudes.
E é incrível, porque ‘Os Normais’ hoje não seria possível, né… eles saíam assim… iam namorar, iam trair, não era nem trair, não tinha essa coisa, eles iam encontrar o vizinho, era coisas de uma liberdade que esses jovens não têm mais.
Confira todas as falas destacadas de Fernanda Torres no vídeo abaixo e assista ao programa completo pelo vídeo em seguida.
“Não seria mais possível”, opina Fernanda Torres sobre sucesso de suas personagens Fátima e Vani.#RodaViva pic.twitter.com/nbBWppXMzL
— Roda Viva (@rodaviva) January 8, 2024
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