Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia também passam a integrar o grupo; com Milei, Argentina desistiu de se juntar ao bloco
No Brics, bloco composto de Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brasil vai ter como parceiros Emirados Árabes, Etiópia, Egito, Arábia Saudita e Irã. Esses dois últimos são países-alvos de investigações e sanções por violações sistemáticas a direitos humanos.
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A Argentina, em agosto, sob o governo esquerdista de Alberto Fernández, também tinha manifestado interesse em aderir ao Brics. Agora, porém, com a posse de Javier Milei, o país não vai mais integrar o bloco.
Na sexta-feira 29 de dezembro de 2023, o presidente argentino enviou carta aos países do Brics para informar que “não considera oportuna” a participação do país no grupo. Milei afirmou que “muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior”.
Arábia Saudita e Irã têm histórico de violações de direitos humanos
A Arábia Saudita já recebeu sanções do Estados Unidos por ameaças a opositores no exterior e por envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, morto no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, em 2018. Recentemente uma ativista foi condenada a 34 anos de prisão por fazer postagens com conteúdo político no Twitter/X. Além da perseguição política, o país também suprime direitos das mulheres, proíbe relacionamentos homossexuais e sufoca a liberdade religiosa.
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O Irã, que prendeu milhares de pessoas por protestos recentes por mais liberdade, recebeu inúmeras sanções dos Estados Unidos e de países europeus pela violação sistemática de direitos humanos. Ao menos sete manifestantes foram executados por envolvimento nas passeatas por ampliação dos direitos civis. Além disso, o Irã é aliado da Rússia contra a Ucrânia e é acusado de financiar grupos terroristas, como o Hamas, nos ataques a Israel.
Alheio às denúncias de violações de direitos humanos e de perseguição a opositores, assim como faz com as ditaduras da Venezuela e de Cuba, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou satisfação com a inclusão dos novos membros. Durante cúpula de Johanesburgo, na África do Sul, em agosto, ele disse: “A relevância do Brics é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento.”
Bloco do Brics deve adotar ‘moeda de referência’
Uma das tarefas do Brics deve ser a elaboração de estudos para a adoção de uma moeda de referência para o bloco. Essa foi uma decisão dos bancos centrais e ministérios da Fazenda e da Economia de cada país durante a reunião de cúpula em Joanesburgo.
O grupo, originalmente criado com os cinco membros em 2009, também vai fazer esforços em busca de uma reforma da governança global, especialmente em relação ao Conselho de Segurança da ONU.
Leia também: Brics: da esperança à submissão, artigo de Flávio Morgenstern publicado no site da Revista Oeste.
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