Rafael dos Santos Silva, de 22 anos, foi espancado até a morte por moradores após uma notícia falsa de que ele estaria matando cachorros ser espalhada. O caso ocorreu na região de Palmeiras de São Paulo, em Suzano, região metropolitana de São Paulo, em 17 de dezembro.
A vítima era natural do Recife e veio para o estado trabalhar como ajudante de pedreiro.
No início do mês, algumas pessoas da comunidade e o vereador Márcio da ONG (PTB) começaram a compartilhar nas redes sociais que uma pessoa estaria esfaqueando cães na região.
O político postou um vídeo, no dia que Rafael foi morto, em que conversava com o dono de um cachorro que foi esfaqueado. O tutor contou que falou com o autor — que teria confessado o crime — e acionou a GCM (Guarda Civil Municipal). Um boletim de ocorrência também foi registrado.
À reportagem, o ex-chefe de Rafael relatou que o jovem parecia apresentar transtornos mentais e, ocasionalmente, dizia frases desconexas. Além disso, ele chegou a afirmar que considerava cachorros animais sujos e impuros.
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Por conta dessas falas, a população atribuiu a responsabilidade dos ataques aos cachorros a Rafael, apesar de não existir uma prova concreta. Então, no dia 17, o jovem foi espancado por um grupo de moradores.
Espancamento
Imagens a que a reportagem teve acesso mostram o ataque. Rafael está deitado no chão, enquanto é agredido e xingado por pelo menos quatro rapazes. Ele sofre diversos golpes na região da cabeça.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas ao endereço e encontraram a vítima jogada no chão. O rapaz foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O ex-patrão da vítima afirmou que, pelo vídeo, reconheceu os dois pedreiros demitidos anteriormente como autores do espancamento. Entretanto, a SSP (Secretaria de Segurança Pública), afirmou que os agressores não foram identificados.
Rafael dos Santos Silva era natural do Recife (PE) e foi enterrado na cidade. O caso foi registrado no 1° Distrito Policial de Suzano.
Outro lado
Questionada sobre o episódio, a Prefeitura de Suzano informou que, durante o atendimento da ocorrência, os guardas civis municipais não encontraram Rafael no local nem o corpo de nenhum animal.
“É importante esclarecer que, por não se tratar de um flagrante, a GCM não teria como deter o acusado. Por esta razão, os agentes realizaram as devidas orientações ao vereador e aos moradores para que procurassem a Polícia Civil, que é responsável por investigar e tomar as providências cabíveis em casos dessa natureza”, complementou a gestão municipal.
Em nota enviada ao R7, o vereador Marcel da Ong afirmou que Rafael postava vídeos nas redes sociais e que a agressão foi provavelmente baseada nesses conteúdos dos vídeos. O vereador, por defender a bandeira da causa animal, foi chamado pelos munícipes para averiguar a denúncia. “O vereador é contra qualquer tipo de violência e está disposto a contribuir com as investigações.”
Leia o posicionamento do parlamentar na íntegra:
“O vereador diz que a população já comentava sobre os vídeos de ódio contra os cães que o próprio Rafael postava nas redes sociais e que a agressão provavelmente foi baseada nesses conteúdos dos vídeos. Segundo moradores, o Rafael teria confessado que tinha matado os cachorros. O vereador por defender a bandeira da causa animal foi chamado pelos munícipes para averiguar a denúncia que o Rafael estaria matando os cachorros esfaqueados, chegando no local foi levado até a casa do Fabiano ele mostrou o quintal cheio de sangue e a foto do cachorro morto. Outra moradora Isadora disse que o cachorro dela também foi morto, o vereador acionou a GCM que fez o registro do chamado e orientou a fazer um b.o na polícia civil, infelizmente algumas pessoas mais fervorosas não esperam nenhuma ação da justiça e agrediram o rapaz.
O vereador não fez nenhum vídeo que levasse os moradores a agredir o Rafael simples relatou o caso para o Jornal 24 Horas Suzano que publicou a matéria. O vereador é contra qualquer tipo de violência e está disposto a contribuir com as investigações.”
*Sob a supervisão de Geovanna Hora da RECORD
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