São Paulo, Brasil
“CBF sem presidente faz Ancelotti desistir da seleção brasileira.
“E encaminhar renovação com o Real Madrid.”
Essa foi a manchete do post mais importante deste blog, no dia 8 de dezembro.
Há 21 dias, portanto.
A informação veio do próprio estafe do destituído presidente Ednaldo Rodrigues.
A notícia se confirmou hoje, com a renovação de mais dois anos de Carlo Ancelotti, com o Real Madrid.
Nada de Copa do Mundo de 2026.
Nada de seleção brasileira.
A confirmação da notícia chegou de maneira conformada a Ednaldo e seus aliados. O ex-presidente havia avisado que tinha liberado Ancelotti da palavra empenhada em assumir o Brasil em 2024.
Tudo havia sido acertado logo depois da quinta Copa do Mundo fracassada do Brasil. A segunda em seguida em que o país sucumbiu nas mãos de Tite.
Ednaldo decidiu que iria buscar o “melhor técnico do mundo”. E fez a proposta a Ancelotti. Dois anos comandando o Brasil, entre 2024 e 2026, até o Mundial.
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Só que a empolgação do italiano foi diminuindo rapidamente, diante de uma análise mais profunda. Neymar, em plena decadência, ainda continuará como jogador privilegiado na CBF. A geração de atletas é média, sem protagonistas. Vinicius Jr. e Rodrygo, seus atletas, ainda estão no processo de maturação entre os melhores do mundo.
Ancelotti estava muito indeciso, até que houve a queda de Ednaldo. Sua eleição foi considerada irregular. Ele acabou tirado do cargo. Foi nomeado um interventor, José Perdiz.
Os ex-presidentes banidos da CBF, Marco Polo del Nero e Ricardo Teixeira, são apontados como os articuladores da queda.
Ednaldo e seus assessores entraram em contato com a Fifa e ressaltaram a intervenção da Justiça comum na esportiva. A cúpula da entidade que controla o futebol no mundo, com a cumplicidade da Conmebol, decidiu vir ao Brasil.
E, com a ameaça de proibir a seleção e os clubes de disputarem torneios internacionais, a Fifa quer a volta de Ednaldo. E impedir nova eleição na CBF.
Ancelotti, que já não via com bons olhos a escolha de Fernando Diniz como treinador interino, até sua chegada, por causa da filosofia completamente diferente da sua, percebeu o caos em que mergulharia.
Se mantivesse sua palavra a Ednaldo, poderia sair do clube mais rico e poderoso do mundo, o Real Madrid, para assumir a seleção brasileira, com possibilidade de demissão, se Ednaldo fosse afastado pela Justiça.
Destituído, o dirigente baiano não tinha condições de exigir nada do italiano.
E o acordo foi desfeito.
Ancelotti e o Real Madrid celebram a renovação por dois anos.
O compromisso é mais uma desmoralização na história da seleção brasileira, que está completamente sem rumo para o Mundial de 2026.
E que fez de 2023 seu ano mais constrangedor.
Com o sexto lugar nas Eliminatórias.
Vexames e vexames em amistosos.
O sonho, como a famosa peça de Samuel Beckett Esperando Godot, virou constrangimento.
No espetáculo, dois palhaços esperam o personagem Godot, que resolveria todos os problemas existenciais da dupla. E ele nunca chega.
Não há a menor certeza do que acontecerá na CBF.
A Fifa quer a volta de Ednaldo.
O interventor Perdiz promete recorrer à Justiça comum, outra vez, e paralisar a entidade.
Forçar uma nova eleição.
Ednaldo não tinha outro alvo sem ser Ancelotti.
O trabalho de Diniz é um fracasso na seleção.
O futebol brasileiro termina 2023 no fundo do poço.
Ancelotti fez o óbvio, para sua carreira vencedora.
Livrou-se da caótica CBF.
Desfrutará mais dois anos no Real Madrid.
Nada mais previsível…
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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.