O Brasil registrou nove ataques a escolas só neste ano, o que resultou na morte de oito alunos, entre 4 e 17 anos, e de uma professora, de 71. Segundo especialistas ouvidos pelo R7, o primeiro passo, antes mesmo dos investimentos em segurança, e da realização de protocolos ou de projetos de conscientização, é a supervisão rígida dos pais, principalmente no acesso à internet.
Segundo o delegado Carlos Afonso Gonçalves da Silva, responsável pela Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, saber o que crianças e adolescentes veem online é uma “medida preventiva” essencial.
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No último ataque deste ano, ocorrido na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, o adolescente que matou a aluna Giovanna Bezerra, de 17 anos, com um tiro na cabeça, havia comentado sobre o plano com colegas em um grupo de mensagens. Segundo a polícia, há indícios de que ele teve apoio, inclusive, de moradores de outros estados.
“Quem tem que perceber primeiro são os pais. É possível fazer esse controle do acesso à internet por forma remota. É melhor que eles vejam e auxiliem o filho do que chegar ao ponto de ocorrer essas tragédias. Com certeza, isso pesa na consciência dos pais”, ressalta.
Ana Paula Siqueira, advogada, professora e criadora da única pós-graduação do Brasil sobre cyberbullying aprovada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), pontua que “não existe direito de privacidade entre pais e filhos menores de idade”.
“Algumas redes sociais e jogos com chat trazem a dopamina, que vai profundo no cérebro. As pessoas ficam viciadas. Jovens que estão passando por algum tipo de problema acabam ficando mais vulneráveis, são influenciados… Nenhum pai acha que vai ter filho agressor”, completa.
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